O rio corre manso em Piracicaba, mas gestão hoteleira de alta performance não é feita de calmaria. Quando assumimos o desafio do Hotel Beira Rio, sabíamos que precisávamos transformar demanda em lucro com disciplina, ciência de preço e narrativa de marca.
Os números que compartilhamos aqui contam uma história de execução diária: ouvir o mercado, ajustar a tarifa, destravar distribuição e respeitar o valor do produto. É sobre isso que tratam os resultados de 2025, especialmente na virada para a alta temporada.
Entre 16 de junho e 28 de agosto, ativamos uma alavanca simples e poderosa: uma tarifa exclusiva para compra pelo aplicativo do parceiro de distribuição. Com apenas 10% de incentivo, essa estratégia mobilizou um público que já comparava preços no celular, mas precisava de um motivo para decidir agora.
Não foi um “truque promocional”; foi um ajuste fino de conversão para o canal certo, no momento de maior intenção de compra. O mobile puxou a curva sem desvalorizar o hotel e isso fez toda a diferença.
A fotografia mensal do período confirma a trajetória. Em junho, somamos 391 diárias. Em julho, saltamos para 586 diárias, um avanço de +49,9% sobre junho e seguimos fortes em agosto, com 490 diárias, +25,3% acima de junho.
Contra o grupo de concorrentes, a virada foi cristalina: enquanto eles fizeram 399 diárias em julho e 282 em agosto, o Beira Rio entregou +46,9% e +73,8% diárias, respectivamente. Em termos de posição competitiva, subimos para o 2º lugar entre 11 hotéis nesses dois meses. É volume com consistência, sem picos artificiais.
Na comparação com o mercado, nosso desempenho foi +49,8% acima do grupo de concorrentes em junho, +83,8% em julho e +106,0% em agosto, duas casas decimais de vantagem que não acontecem por acaso.
No ranking, fechamos 2º de 11 nos dois meses de maior demanda. Esse é o tipo de resultado que agrada o hoteleiro, tranquiliza o investidor e dá previsibilidade ao empreendedor.
Há, porém, um indicador que guardamos com carinho porque ele fala sobre posicionamento e sustentabilidade de margem: ADR. Ao longo de fevereiro a agosto, mantivemos um prêmio de preço sempre acima do mercado.
No pico, operamos com R$ 329,13 em julho contra R$ 263,24 do grupo (+25,0% de diferença) e R$ 321,05 em agosto contra R$ 270,90 (+18,5%). Mesmo nos meses de base, o spread permaneceu elevado, mais de +40% em média entre fevereiro e maio.
Em outras palavras: crescemos em diárias sem abrir mão de preço. Essa é a essência de uma boa gestão de receitas, vender mais sem vender barato.
Ao olhar para o trimestre de alta (junho a agosto) como um todo, a fotografia fica ainda mais nítida. Foram 1.467 diárias e R$ 484.479,10 em receita, com um ADR médio ponderado de R$ 330.
A tarifa exclusiva para app, sozinha, respondeu por R$ 345 mil do período, provando que incentivo certo no canal certo não destrói tarifa: ele acelera a conversão incremental. Em um mercado movido por telas pequenas e decisões rápidas, capturar o instante do cliente no mobile é uma vantagem competitiva difícil de replicar sem método.
Primeiro, arquitetura tarifária coerente: o desconto de 10% no app foi calibrado para dar vantagem percebida sem erodir o preço público e sem canibalizar o canal direto. Depois, governança de restrições, janelas de compra, políticas e estadia mínima — para organizar a curva de demanda e alongar o ticket por estadia.
Em paralelo, otimizamos conteúdo e argumentos comerciais do hotel no canal, reforçando atributos que justificam o prêmio de ADR e convertem o hóspede que compara, mas está disposto a pagar mais por conveniência, segurança e experiência. Por fim, ritmo diário de RM: monitoramento de comp set, microajustes e decisões na velocidade do mercado.
Do ponto de vista do investidor, o recado é direto.
O Hotel Beira Rio passou a capturar mais demanda que o seu grupo competitivo no pico, protegendo margem com ADR acima do mercado e monetizando o mobile como motor de crescimento. O efeito combinado é o que buscamos em qualquer operação: curva de receita que sobe, spread de tarifa que se mantém e posição competitiva que consolida.
É o contrário do ciclo vicioso do desconto: entramos no ciclo virtuoso do valor, em que o preço alto é consequência da entrega percebida e da confiança dos canais.
Para a gestão do hotel, a mensagem é igualmente clara. Resultado sólido não nasce de uma ação isolada, mas do encontro entre estratégia, rotina e narrativa.
A tarifa mobile funcionou porque o hotel tinha história para contar, porque o time comercial acreditou no preço e porque a operação entregou o que prometemos na vitrine. Em Piracicaba, às margens do rio, aprendemos, mais uma vez, que dados são bússola, execução é remo e marca é vela. Quando os três caminham juntos, o barco anda.
Nos próximos ciclos, o foco estará em aprofundar acordos B2B, expandir a base de clientes recorrentes, fortalecer o canal direto e testar novas alavancas de conversão sem sacrificar o prêmio de ADR que conquistamos. Nossa convicção permanece: lucro é estratégia em ação.
E, quando a estratégia encontra a temporada, o rio corre a nosso favor.
Se você é hoteleiro, investidor ou empreendedor e quer colocar números como esses para trabalhar no seu empreendimento, estamos prontos para desenhar e operar o plano, com método, transparência e a mesma energia que moveu o Beira Rio neste ciclo.
Afinal, na Unity Hotelaria, a história que mais gostamos de contar é a próxima.