A estratégia que fez o Hotel Beira Rio crescer 106% acima do mercado em plena alta temporada

Hotel Beira Rio - Piracicaba-SP

O rio corre manso em Piracicaba, mas gestão hoteleira de alta performance não é feita de calmaria. Quando assumimos o desafio do Hotel Beira Rio, sabíamos que precisávamos transformar demanda em lucro com disciplina, ciência de preço e narrativa de marca.

Os números que compartilhamos aqui contam uma história de execução diária: ouvir o mercado, ajustar a tarifa, destravar distribuição e respeitar o valor do produto. É sobre isso que tratam os resultados de 2025, especialmente na virada para a alta temporada.

Entre 16 de junho e 28 de agosto, ativamos uma alavanca simples e poderosa: uma tarifa exclusiva para compra pelo aplicativo do parceiro de distribuição. Com apenas 10% de incentivo, essa estratégia mobilizou um público que já comparava preços no celular, mas precisava de um motivo para decidir agora.

Em 74 dias, essa tarifa gerou 691 reservas, 1.079 diárias, ADR de R$ 319,78 e R$ 345.041,10 em receita

Não foi um “truque promocional”; foi um ajuste fino de conversão para o canal certo, no momento de maior intenção de compra. O mobile puxou a curva sem desvalorizar o hotel e isso fez toda a diferença.

A fotografia mensal do período confirma a trajetória. Em junho, somamos 391 diárias. Em julho, saltamos para 586 diárias, um avanço de +49,9% sobre junho e seguimos fortes em agosto, com 490 diárias, +25,3% acima de junho. 

Contra o grupo de concorrentes, a virada foi cristalina: enquanto eles fizeram 399 diárias em julho e 282 em agosto, o Beira Rio entregou +46,9% e +73,8% diárias, respectivamente. Em termos de posição competitiva, subimos para o 2º lugar entre 11 hotéis nesses dois meses. É volume com consistência, sem picos artificiais.

Volume, contudo, só conta toda a história quando se converte em valor

Na comparação com o mercado, nosso desempenho foi +49,8% acima do grupo de concorrentes em junho, +83,8% em julho e +106,0% em agosto, duas casas decimais de vantagem que não acontecem por acaso.

No ranking, fechamos 2º de 11 nos dois meses de maior demanda. Esse é o tipo de resultado que agrada o hoteleiro, tranquiliza o investidor e dá previsibilidade ao empreendedor.

Há, porém, um indicador que guardamos com carinho porque ele fala sobre posicionamento e sustentabilidade de margem: ADR. Ao longo de fevereiro a agosto, mantivemos um prêmio de preço sempre acima do mercado.

No pico, operamos com R$ 329,13 em julho contra R$ 263,24 do grupo (+25,0% de diferença) e R$ 321,05 em agosto contra R$ 270,90 (+18,5%). Mesmo nos meses de base, o spread permaneceu elevado, mais de +40% em média entre fevereiro e maio.

Em outras palavras: crescemos em diárias sem abrir mão de preço. Essa é a essência de uma boa gestão de receitas, vender mais sem vender barato.

O que fizemos, na prática?

Ao olhar para o trimestre de alta (junho a agosto) como um todo, a fotografia fica ainda mais nítida. Foram 1.467 diárias e R$ 484.479,10 em receita, com um ADR médio ponderado de R$ 330.

A tarifa exclusiva para app, sozinha, respondeu por R$ 345 mil do período, provando que incentivo certo no canal certo não destrói tarifa: ele acelera a conversão incremental. Em um mercado movido por telas pequenas e decisões rápidas, capturar o instante do cliente no mobile é uma vantagem competitiva difícil de replicar sem método.

Primeiro, arquitetura tarifária coerente: o desconto de 10% no app foi calibrado para dar vantagem percebida sem erodir o preço público e sem canibalizar o canal direto. Depois, governança de restrições, janelas de compra, políticas e estadia mínima — para organizar a curva de demanda e alongar o ticket por estadia.

Em paralelo, otimizamos conteúdo e argumentos comerciais do hotel no canal, reforçando atributos que justificam o prêmio de ADR e convertem o hóspede que compara, mas está disposto a pagar mais por conveniência, segurança e experiência. Por fim, ritmo diário de RM: monitoramento de comp set, microajustes e decisões na velocidade do mercado.

Não há glamour nisso - há processo

Do ponto de vista do investidor, o recado é direto. 

O Hotel Beira Rio passou a capturar mais demanda que o seu grupo competitivo no pico, protegendo margem com ADR acima do mercado e monetizando o mobile como motor de crescimento. O efeito combinado é o que buscamos em qualquer operação: curva de receita que sobe, spread de tarifa que se mantém e posição competitiva que consolida.

É o contrário do ciclo vicioso do desconto: entramos no ciclo virtuoso do valor, em que o preço alto é consequência da entrega percebida e da confiança dos canais.

Para a gestão do hotel, a mensagem é igualmente clara. Resultado sólido não nasce de uma ação isolada, mas do encontro entre estratégia, rotina e narrativa

A tarifa mobile funcionou porque o hotel tinha história para contar, porque o time comercial acreditou no preço e porque a operação entregou o que prometemos na vitrine. Em Piracicaba, às margens do rio, aprendemos, mais uma vez, que dados são bússola, execução é remo e marca é vela. Quando os três caminham juntos, o barco anda.

Seguimos com a mesma obsessão que nos trouxe até aqui: crescer com qualidade

Nos próximos ciclos, o foco estará em aprofundar acordos B2B, expandir a base de clientes recorrentes, fortalecer o canal direto e testar novas alavancas de conversão sem sacrificar o prêmio de ADR que conquistamos. Nossa convicção permanece: lucro é estratégia em ação

E, quando a estratégia encontra a temporada, o rio corre a nosso favor.

Se você é hoteleiro, investidor ou empreendedor e quer colocar números como esses para trabalhar no seu empreendimento, estamos prontos para desenhar e operar o plano, com método, transparência e a mesma energia que moveu o Beira Rio neste ciclo.

Afinal, na Unity Hotelaria, a história que mais gostamos de contar é a próxima.